"Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a forma que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto,nasce da fome. Não confundir afetos com beijinhos e carinhos. Afeto do latim affetare, quer dizer ir atrás. O afeto é o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, é a fome que nos faz voar em busca do fruto sonhado" (Rubens Alves)
Platão está firmemente convencido de que todo homem quer o Bem, ainda que por vezes se engane na compreensão do que é o Bem. Nesse movimento para o Bem - porque é isso mesmo o que nos motiva, o Bem - o Amor atua como uma força propulsora, fecunda, que sempre nos estimula a caminhar em direção a nós próprios, à nossa verdadeira natureza, sedenta do belo, do bem e da verdade.
É o Amor que nos impede de esquecer, porque nos arrastando para a beleza, vivifica nossa alma, alimenta-a do que é adequado à sua natureza divina. Por ele, passamos do culto a um belo corpo ao culto dos corpos belos, daí ao culto aos belos discursos e leis, ao culto das ciências e, finalmente, ao encontro com a Beleza em si.
O Amor platônico, como vemos, está distante de Eros tirano, que nos escraviza às paixões dos sentidos e nos mergulha no abismo da desordem. Não é repressor, não tem que ver com a sublimação de instintos. É o mais precioso auxiliar daquele que quer atingir a perfeição, pois o movimenta em direção a ela. É úmido, nutriz e poderoso; faz-nos procurar o que nos falta e nos diminui. É nele e por ele que geramos o conhecimento e, por este, nos aproximamos de nós mesmos. O Amor platônico é filósofo porque nos faz ver que a verdade de nossa natureza é procurar. Procurar o saber. O Eros platônico é libertador. (fonte: http://www.hottopos.com/videtur18/gilda.htm)
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